domingo, 17 de junho de 2012

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Por Paula Schuwenck (ANDA)

Mais um chef de facas afiadas
"Jefferson Rueda, 34, tinha dez anos quando pediu ao pai, seu Zé, para ensiná-lo a matar frango.” 

A matéria começa assim. E assim se desenrola até quase o último ponto final. Com frases que mais parecem ter saído de um conto de terror. É incrível o poder que o hábito de comer carne tem de anestesiar as pessoas e torná-las completamente insensíveis. Mas é ainda mais incrível o poder que um pai tem perante um filho.

Ainda que mantenham uma dieta onívora, matar animais, para muitas famílias, não é trivial. Aliás, já ouvi diversas histórias de adultos que viraram vegetarianos, ou ao menos sofreram bastante, por terem presenciado quando crianças, uma galinha ser degolada, um porco morrer aos berros ou um boi ter seu crânio esmagado. Mas no caso desse chef, Jefferson Rueda, o costume do pai foi transmitido de forma tão natural que se tornou banal, como comprova essa frase:

“Só não posso ver sangue de gente que passo mal. Mas ciscou, pulou, rastejou? Vai para a panela.”

Sei que ela poderia ser dita por qualquer outro chef de cozinha, sei que, para quem come carne, ler isso é como ler uma notícia de economia, mas isso precisa mudar. Essa inércia tem que acabar. A frieza com que a autora escreveu me impressiona tanto quanto a foto que ilustra a matéria. Bem iluminada e com alta definição, até quem é leigo em fotografia consegue perceber que houve produção para clicar algo tão, tão grotesco.

Juro que me pergunto o que leva uma pessoa a ter a brilhante ideia de empunhar uma faca no pescoço de um animal morto e sorrir para a câmera.

Quando olhei a foto com mais calma, fiquei ainda mais perplexa. O chef carrega em seu braço uma tatuagem que representa a evolução dos seres humanos. Não podia ter maior contrassenso.

Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.

Fonte: ANDA - Foto: Leticia Moreira/Folhapress -
retirada do blog:http://cantinhovegetariano.blogspot.com.br/2012/06/mais-um-chef-de-facas-afiadas.html#more



sábado, 26 de maio de 2012

logo design Hollywood se rende à dieta vegana












Atores e comediantes como Allec Baldwin, Woody Harrelson e Russell Brand já defenderam publicamente a nova dieta, que
 tem efeitos emagrecedores impressionantes. O ex-campeão mundial de boxe Mike Tyson voltou à boa forma, depois de um período tumultuado em função de um divórcio litigioso, por causa da alimentação vegan. No octógono do MMA, aliás, o lutador do Ultimate Fighting Championship (UFC) Mac Danzig é outro exemplo da combinação de um corpo atlético e alto rendimento físico na modalidade de luta, graças a uma dieta vegetariana radical, sem produtos de origem animal.

Nem políticos escapam. O ex-presidente Bill Clinton surpreendeu seus médicos com um emagrecimento radical, graças a um cardápio diário rigorosamente livre de derivados de animais. Clinton circula agora acompanhado por dietistas, que controlam suas refeições. O ex-presidente segue também um programa de exercícios feito especialmente para quem faz a dieta. Isto porque, nas academias americanas, a combinação entre dieta vegan e exercícios de musculação já é a receita mais procurada por quem quer emagrecer e esculpir o corpo.

A nova onda ganhou impulso por causa de documentários como "Meet your meat" ("Conheça a sua carne", dirigido por Bruce Friedrich e narrado por Alec Baldwin), que mostra o modo cruel como animais são tratados nos abatedouros, além de fazer um
 alerta sobre a quantidade de hormônios e antibióticos usados em criadouros, para fazer com que os animais ganhem peso e possam ser abatidos em prazo mais curto. Por isso, os defensores da dieta desfiam motivos ideológicos para seguir o novo cardápio.

No Brasil, Bianca Turano, coordenadora do Grupo Rio da Sociedade Vegetariana Brasileira, explica que, em função da ideologia dos direitos dos animais, os 'veganos' (na forma aportuguesada) adotam dieta vegetariana radical, mas existem vegetarianos que ainda consomem ovos e leite:

— O movimento está crescendo muito no Brasil, em todas as idades e classes sociais. Muitas empresas perceberam isso e já oferecem produtos industrializados com selo vegan.

No Rio, quem quer comer alimentos livres de qualquer ingrediente de origem animal tem boas opções, mas também uma tarefa, segundo Bianca.

— O vegetariano radical é aquele que sempre lê embalagens, analisa os rótulos e informa-se, nos restaurantes, sobre as receitas servidas.

Restaurantes como o Tempeh, no Centro; o Refeitório Orgânico, em Botafogo; o Biocarioca, em Copacabana; o Vegan Vegan, em Botafogo; e o Vegetariano Social Clube, no Leblon, são locais onde é possível encontrar boa variedade de alimentos com
 estas características. A desenhista Rosa Mubarak, de 58 anos, é vegan há mais de 20 anos. Parou de consumir carne vermelha em 1974, e deixou de comer ovo em 1988.

— Quando comia proteína animal, eu me sentia mal, ficava deprimida, tinha dor de barriga. Por isso, resolvi parar de comer
 todo tipo de carne, e mesmo peixe. Eu sentia mais prazer quando ingeria cereais — lembra ela — Quando você para de comer carne, ajuda o mundo.

Para manter este bem-estar, Rosa tem muito trabalho: leva comida aos locais aonde vai e sabe que terá dificuldades de
 achar restaurantes em viagem. E conta que sempre pesquisa por opções de restaurantes vegan, antes de embarcar:

— Na Itália, eu passei o maior aperto. Quase não tinha opções de restaurantes. Do ponto de vista social, a dieta é um transtorno. É mesmo difícil encontrar amigos que aceitem um cardápio tão radical, e evitar encontros em churrascos, pizzarias etc...

— Os amigos já sabem. Lá em casa não entra nada de origem animal. E perguntam se podem levar um sanduíche, mas sabem que eu sou brigona — brinca.

Do ponto de vista da saúde, os médicos alertam que é preciso substituir muitos dos nutrientes que são providos por carnes e derivados de leite, como ferro e vitamina B12.

— Não basta cortar proteína animal, tem que fazer uma compensação equilibrada, com inclusão adequada de grãos, leguminosas e vegetais — ensina a nutricionista funcional Luciana Harfenist.